Segunda-feira, 25 de Abril de 2022
Em 1974, no dia 25 de abril
solenizou-se a liberdade e o sonho,
com hinos nos lábios,
com alegria na alma e
com esperança no coração
Com o País acessível à verdade,
às oportunidades e à confiança.
Foi dia de vencer, de lágrimas,
de adeus às armas, de proteger e acolher.
De um sorriso com riso para uma certeza.
As prisões e as torturas
desejavam-se semotos da memória
fortaleciam-se os desejos e ensejos
de uma Pátria nova, Renascida,
de uma Pátria nova Portuguesa!
Porém,
o tempo passou,
e um cravo vermelho, só e abandonado,
ficou no caminho caído, derrubado.
As desilusões esmagaram-no, espezinharam-no...
e o Homem Novo ignorou-o, desprezou-o
acreditando ser vinho entornado, estragado...
E hoje,
é lembrado com oferendas e discursos de conquista
esse dia que ninguém deveria esquecer e desconhecer
Mas há novos pés, na calada, no sigilo, a pisarem
aquele cravo de sangue glorificado de conquista
que no apogeu da celebração alguém perdeu!
No futuro,
uma criança,
pulando, saltando na berma do trilho,
encontrará o cravo,
que à Revolução foi tirado, foi cortado.
Ao eclodir de um princípio, de um recomeço
em bravura e valor, plantá-lo-á perpetuamente,
para que a prometimento não faleça.
E acreditando nas razões do povo,
na sua legitimidade, na sua agonia,
estará a plantar, sem o saber,
a mais sorridente determinação da Saudade,
O mais poderoso cântico de amor.
A Diretora
Maria Pena